Aproveite o dia
Segunda-feira pela
manhã (7h, 06h ou até mesmo 05h) levantar da cama, sair de casa, transitar
entre as ruas de nossas cidades, seja individualmente ou de forma coletiva,
adentrar ao ambiente de trabalho e reencontrar os habituais companheiros de
labuta.
Calma, não estou
descrevendo nenhum cenário de filme de terror.
Apesar de atualmente padecermos
de Síndromes como a de Burnout – distúrbio
psíquico de caráter depressivo precedido de esgotamento físico e mental intenso;
presenciamos alguns profissionais com elevado estado de tensão emocional e altamente
estressados por seu trabalho lhes imputar desgaste físico, emocional e psicológico,
através da alta exigência – e, é verdade já inventaram, a Síndrome do domingo à noite –
para quem sente tristeza, angústia, desânimo e irritabilidade no domingo à
noite(e eu jurava que era culpa do Faustão), com forte sofrimento de retomar a rotina na segunda, apesar de
aparentar insatisfação apenas na vida profissional, em nível existencial,
também reflete-se uma insatisfação maior.
As duas situações citadas
acima dizem respeito à falta de prazer no trabalho e desmotivação. O trabalho
tornou-se apenas uma fonte de sobrevivência ao invés de refletir nossa própria identidade,
pois, em sua essência, o trabalho deveria dizer respeito à identidade pessoal.
Torna-se impossível
não relacionar o que vivenciamos em relação ao desprazer associado ao trabalho
sem atribuir tal condição a um modo de produção alienado, a sociedade em que
vivemos separou o trabalhador do fruto de seu serviço (atualmente dificilmente
nos identificamos com o que produzimos no trabalho, muitas vezes o sentido é
até mesmo oposto), experimentamos uma realidade negada.
Ao nos questionarmos,
o que geralmente obtemos como resposta é um universo de aparatos tecnológicos
que tem por objetivo nos guiar a um mundo cada vez mais confortável que nos
conduz ao impossível.
As revoluções tecnológicas prometiam a
diminuição de nossa jornada de trabalho e a promoção do conforto ao ser humano,
muito disso ainda nos é prometido e esvaziamos a cada dia nossas relações
interpessoais, toda essa tecnologia que ganhamos em troca de muito trabalho nos
distancia cada vez mais de nosso tradicional, e ainda estupendamente mais
agradável contato físico.
Tomara que em meio a
esse caos possamos um dia retomar aos poucos – e torçamos
para que não seja através de uma overdose de parafernálias tecnológicas – um rumo para nossos
desencontros pessoais e profissionais.
Carpe Diem foi transformado
popularmente do latim para o português em “aproveite o dia”, tal expressão
foi tirada de um poema de Homero, nele significa literalmente: “Colhe o dia
presente e sê o menos confiante possível no futuro”. Tais palavras não remetem pura
e simplesmente a um culto ao hedonismo, nos mandam um recado a desfrutar os
minuciosos e simplórios prazeres de nosso cotidiano, infelizmente no presente
eles se encontram sufocados frente ao desprazer ao qual nos deparamos em nosso dia-a-dia
e quando não percebemos o quão magnífico e complexo é despertar a cada dia.
nossa realmente os domingos são complicados cara.
ResponderExcluirsem dúvidas, bate uma sensação de vazio...
ExcluirRealmente vivemos em uma correria sem fim e nos esquecemos de aproveitar e disfrutar dos bons momentos como deveriamos. Ótimo post! Um abraço e ótima semana.
ResponderExcluirPois é, nos abarrotamos de coisas triviais e postergamos outras de grande importância.
ExcluirIsso acontece e muito nos dias atuais. Infelizmente, acredito que piore um pouquinho com o tempo. Se bem que, se analisarmos bem essa geração atual tenta conciliar algo rentável com o que gosta, ou fazer do que gosta algo rentável.
ResponderExcluirNão sei se você gosta dessas coisas, mas eu vi um vídeo uma vez que falava sobre como as gerações lidavam com o trabalho e a satisfação de vida. A geração dos nosso pais ainda é aquela que trabalha a vida inteira (muitas vezes em algo que não gosta) para desfrutar de bons dias apenas na aposentadoria. Já a nossa é a geração que quer os resultados agora. Quer curtir agora. Aproveitar o dia e honrar o carpe die. Eu até acredito nisso, pelo o que vejo por aí!
Gostei da forma como explicou o assunto abordado, Diego. Desculpe a demora em aparecer por aqui.
Um beijo, @pequenatiss.
É Thaís, me parece que nossa geração parece um pouco mais preocupada em aliar o prazer ao trabalho, referente a isso, pena (ou não) que atualmente somos motivados por coisas cada vez mais efêmeras e descartáveis, tomara que esse tipo de sentimento não seja determinante na tomada de algumas decisões.
ExcluirObrigado por ter retornado - eu é que peço desculpas pela demora em responder, estou de férias indeterminadas do blogg, qdo voltar espero vê-la pro aqui, abraço!
Você sumiu, gosto tanto dos textos que escreve...
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