Os “monstros”
da modernidade
Juro
que não gostaria de abordar o tema, principalmente pelo motivo do mesmo ser já
tão discutido, batido e clichê; atualmente o mesmo voltou ao foco após os
fatídicos acontecimentos em Garanhuns (PE). Todavia, após a leitura de uma
famosa revista de curiosidades/novidades tecnológicas e científicas resolvi
entrar no mérito de trazer o assunto para reflexão.
O
periódico, bem como os demais meios de comunicação que costumam abordar o tema psicopatia,
o traz de maneira sensacionalista, como uma espécie de freakshow, e aponta situações de pessoas que provavelmente
vivenciaram tal drama.
Incrível
é que quando esses personagens são apresentados, seja em clássicos do cinema ou
na programação televisiva, alguns chegam a se tornar alvos de identificação por
promoverem causas “nobres”, que ironia (será que seria possível). Por outro
lado os casos apresentados no noticiário, esses sim, são execrados, repudiados,
condenados. Quais as origens de sentimentos tão contraditórios?
Projetar
nossos medos e maldades sob determinadas figuras, de uma forma geral, nos
defende de perceber nossos próprios instintos. É óbvio que na ficção muitas
coisas se permitem ser realizadas e teoricamente as nossas identificações e
fantasias não prejudicariam diretamente outrem, enquanto que quando esses eventos
fatalmente acontecem na vida real acabam por impor o fim a algumas vidas e o
sofrimento a tantas outras. Justificado estaria nosso repúdio.
A
psicopatia seria enquadrada pelo pensamento psicanalítico como uma estrutura
perversa[1]. A
reflexão trilha ainda sobre o pensamento: “O que é ser perverso?”, estaria tão
distante do homem? Aprofundando um pouco mais nossos pensamentos chega-se a
conclusão que a “humanidade” não seria algo natural/inato ao homem e sim algo
construído através de nossa civilização e que nos permite a vida “segura em
sociedade”. Afinal de contas, embora constitua um perigo para nossa
convivência, nossa luta é pelo controle de nossos impulsos, parece que mesmo os
mais tenebrosos nos são inerentes.
Ônus
de nossa civilização (ou como diria Raul “belo quadro social”)!
Diego Francisco Lima
CRP-02/15791
[1] A psicanálise
(inclusive influenciando boa parte do conhecimento vigente sobre a psicopatia)
divide em três as estruturas da personalidade: Neuróticos, Psicóticos e
Perversos. Didaticamente e de forma muito resumida poderia mencionar que os
primeiros sofrem com a realidade, suas leis e imposições, mas a aceitam, o
segundo grupo sofre, porém a nega, e o terceiro simplesmente a ignora.
Olá, Diego, tudo bem? Espero que sim. Diga olá para sua mais nova leitora! hahaha
ResponderExcluirBem, primeiramente falarei da estética: muito bonita. De forma simples, combina com o seu modo de escrever. Mas agora vamos ao que interessa, não é? Gosto de psicologia e também psicanálise, já que para os cursos de graduação em sua maioria a segunda se encaixa dentro da primeira, porém sabemos que a psicanálise tem autonomia o suficiente para ser estudada em detalhes, sem levar em conta a psicologia inteira com suas variadas teorias. Até porque, a psicanálise em si tem várias.Não é só de Freud que a mesma vive. Essa coisa de ''psique'' me prende muita atenção. Decidi por fim fazer Psicologia (semestre que vem, já que esse não irá ser ofertado por aqui) e por isso venho lendo cada vez mais sobre coisas do gênero. Quando vi seu blog lá no grupo do Facebook, pensei ''é esse mesmo!''.
Gostei da forma como você levou o texto, informando um assunto e mesmo assim dando sua opinião, sem influenciar demais o leitor em seu parecer sobre o que foi falado. Já notei esta grande diferença, sim. Por vezes, a televisão exagera e por outras o cinema também exagera, em projetar perfeccionismo demais em algo que não é assim tão perfeito. Acredito então, que ambos estejam errados. A realidade dessas pessoas não deveria ser aumenta nem para a melhor e nem para a pior, simplesmente deveria somente repassada para que as demais pessoas possam saber que isso existe.
Bem... Logo irei escrever um texto por aqui, não seria muito educado de minha parte logo no primeiro comentário. Mas, voltarei por aqui mais vezes, pode deixar! Convido-te para invadir meu mundo literário e se gostar, deixar sua opinião por lá também. Estou seguindo você, Diego.
Um beijo, @pequenatiss.
Muito Obrigado Taís, Abraço!
ExcluirAh, você poderia me falar um pouquinho, aqui no meu blog mesmo, como foi fazer e se aprofundar em Psicologia? Grata! Novamente, até mais.
ResponderExcluirPois bem, para mim foi um prazer cursar Psicologia e estar atualmente me especializando em Saúde Mental, continuo trilhando esse caminho!
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